sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Medos (I)

 

   Eu estava quieta no meu canto, estava tranquila, de repente aparece um, aparece outro e depois mais um, e quando percebo há um monte deles ao meu redor, sugando minha energia, angustiando o meu coração, enfraquecendo-me aos poucos.
   Cada um me atinge de uma forma distinta, podem ter o mesmo principio, no entanto são diferentes. Eles me rondam e me perseguem, os tais medos.
Medo de errar, Medo da consequencia de uma escolha, medo de se envolver, medo de se apaixonar, medo de arriscar, medo de uma possível frustração, medo de amar, medo de decepcionar, medo de “dar o primeiro passo”, medo de sofrer, medo de perder, medo, medos, medos....
   Cercam-me, alguns entram no meu coração, uma dor angustiante começa. Outros entram na minha cabeça, me fazendo perguntar sem parar, os outros pelo meu corpo me enfraquecem e deixam-me tonta.
   Estou perdendo minhas forças, sussurro pedindo socorro, insisto e minha voz aumenta conforme repito “socorro”. Sentindo-me quase inteiramente sufocada consegui forças pra gritar bem alto pedindo ajuda.
   Nada, ninguém apareceu, nenhum sinal de um ser humano por perto. Pergunto-me : por que agora? Por que se eu estava no meu canto? A tontura aumenta, a angustia se intensifica e o coração doí de uma forma indescritível. Aos poucos me sinto puxada para o chão. Como se estivesse entrando em um buraco que é bem mais fundo do que parece.
   Procuro um espaço para escapar, procuro forças dentro de mim, pergunto-me sobre a esperança. não entendo porque não vêm uma ajuda. Preciso sair disso. Preciso levantar, preciso me acalmar.
   O ápice da dor atingiu meu coração, ah como dói. agora eu percebi! Percebi que a ajuda não vêm pois somente eu posso encontrar uma forma de sair daqui, de enfrentá-los, e fazer com que essas dores, angustia e tontura parem.
   Busco na minha memória uma lembrança de amor, uma lembrança de alegria, uma lembrança de conquista.
   Encontrei agora forças internas que não sabia que existiam em mim. Entendo que não posso me desgastar por inteira ao enfrentar.
   Então comecei, enfrentei minha tontura e dores, mas continuei com minha angustia e a dor intensa do meu coração. Acalmei-me e aos poucos recuperei minha energia depois de encarar esses primeiros medos.
   Depois de um tempo encarei minha angustia, para que ela não atrapalhasse minha felicidade.
Tentei mais de uma vez e foi bem difícil de fazer, mas não desisti. E venci.

   De forma análoga, me acalmei e aos poucos recuperei minha energia.
   Os medos foram diminuindo e conforme isso ocorria, me sentia mais forte e confiante.
   A dor do coração continuava e atingia ápices de vez em quando. Agora era a vez de enfrentá-la. Tentei tantas vezes que as vezes pensava que não agüentaria suportá-la mais e poderia desistir. Não foi o que aconteceu. Após cada derrota, Procurava minhas forças interiores mais preciosas e as usava para me recompor. Aos poucos fiquei ainda mais forte e confiante.
   Até que aprendi a lidar com ela, nunca consegui acabar com ela completamente , mas sua intensidade variava no dia e a dia e muitas vezes era até imperceptível.
   Compreendi que outras pessoas também tem essa dor e lidam com ela de formas diferentes. E que as vezes fora por meio dessa que outras motivações vem. Somei o que aprendi com o que eu compreendi e aceitei.
   Aceitei que ela faz parte da gente, e que ela não é tão ruim sempre, e se eu buscar outro ponto de vista sobre ela, poderei perceber que ela nos motiva (, a sua maneira), a nos tornar ainda mais forte, confiantes quando enfrentamos um novo medo que aparece diante de nós.

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